domingo, 16 de diciembre de 2018

Adrienne Rich, os seus poemas con nos

ADRIENNE RICH, os seus poemas con nos (Luns 17 de Decembro, 2018)



INTENTANDO HABLAR CON UN HOMBRE

Afuera, en el desierto, estamos probando bombas,

por eso hemos venido aquí.
A veces siento un manantial
abriendo camino entre acantilados deformes
un ángulo agudo de entendimiento
moviéndose como el foco del sol
en este escenario condenado.

Lo que hemos tenido que perder para llegar hasta aquí –
colecciones enteras de elepés, películas que protagonizamos
rodadas en el vecindario, mostradores de reposterías
repletos de secas galletas judías rellenas de chocolate,
el idioma de las cartas de amor, de las notas de suicidio,
tardes en la ribera
fingiendo ser niños

Al venir hasta este desierto
pretendíamos cambiar la mueca de
conducir entre verdes pálidos cactus
caminando a mediodía en la ciudad fantasma
rodeados por un silencio

que suena como el silencio del lugar
pero que vino con nosotros
y nos es conocido
y todo lo que dijimos hasta ahora
era un esfuerzo por correr un tupido velo –
Al venir hasta aquí estamos enfrentándolo

Aquí fuera me siento más inútil
contigo que sin ti
Mencionas el peligro
y enumeras el equipo
hablamos de personas que se cuidan unos a otros
en emergencias – laceración, sed –
pero tú me miras como una emergencia

Tu calor seco se siente como un poder
tus ojos son estrellas de una magnitud distinta
reflejan luces que deletrean: SALIDA
cuando te levantas y caminas de un lado a otro

hablando del peligro
como si no fuésemos nosotros
como si estuviésemos probando cualquier otra cosa.

Trying to talk with a man
Out in this desert we are testing bombs,
that’s why we came here.
Sometimes I feel an underground river
forcing its way between deformed cliffs
an acute angle of understanding
moving itself like a locus of the sun
into this condemned scenery.

What we’ve had to give up to get here –
whole LP collections, films we starred in
playing in the neighborhoods, bakery windows
full of dry, chocolate-filled Jewish cookies,
the language of love-letters, of suicide notes,
afternoons on the riverbank
pretending to be children

Coming out to this desert
we meant to change the face of
driving among dull green succulents
walking at noon in the ghost town
surrounded by a silence

that sounds like the silence of the place
except that it came with us
and is familiar
and everything we were saying until now
was an effort to blot it out –
coming out here we are up against it

Out here I feel more helpless
with you than without you
You mention the danger
and list the equipment
we talk of people caring for each other
in emergencies – laceration, thirst –
but you look at me like an emergency

Your dry heat feels like power
your eyes are stars of a different magnitude
they reflect lights that spell out: EXIT
when you get up and pace the floor

talking of the danger
as if it were not ourselves
as if we were testing anything else.

lunes, 12 de noviembre de 2018

Manifestos, Manifiestos, Compromiso, Resistencia y Risa



Os nosos parentes máis próximos: os francotiradores, os llaneros solitarios que abordelan os cafés de chineses de latinoamérica, os destazados en supermarkets, nas súas tremendas disyuntivas individuo-colectividad; a impotencia da acción e a procura (a niveis individuais ou ben enfangados en contradicións estéticas) da acción poética. (Déixeno todo, nuevamente Manifesto infrarrealista Roberto Bolaño)

E a boa cultura burguesa? E a academia e os incendiarios? e as vanguardias e as súas retaguardias? E certas concepcións do amor, a boa paisaxe, a Colt precisa e multinacional? Como me dixo Saint-Just nun soño que tiven fai tempo: Ata as cabezas dos aristócratas pódennos servir de armas.

domingo, 14 de octubre de 2018

EUGENIO DE ANDRADE, (Ferrol, Luns, 15 de Outubro, 2018)

EUGENIO DE ANDRADE (Luns, 15 de outubro 2018)





BRANCO NO BRANCO

Já não se vê o trigo,
a vagarosa ondulação dos montes.
Não se pode dizer que fossem contigo,
tu só levaste esse modo
infantil de saltar o muro,
de levar à boca
um punhado de cerejas pretas,
de esconder o sorriso no bolso,
certa maneira de assobiar às rolas
ou então pedir um copo de água,
e dormir em novelo,
como só os gatos dormem.
Tudo isso eras tu, sujo de amoras.


(Andrade, 2005)



sábado, 20 de enero de 2018

Este Luns, 22 de Xaneiro, JOHN ASHBERY , os seus poemas



"o primeiro poema de Ashbery que li que me despertou um verdadeiro fascínio, especialmente por dar aquela sensação estranha de estar quaseconseguindo compreender sobre o que é o poema (se é que os poemas de Ashbery são sobre alguma coisa, de fato), sem, no entanto, chegar a qualquer coisa que se pareça com uma compreensão real. Vocês podem conferi-la clicando aqui, juntamente com uma brevíssima introdução sobre o poeta e a sua obra."    
(poemas de John Ashbery, tradução de Adriano Scandolara)

 https://escamandro.wordpress.com/2014/01/01/3-poemas-de-john-ashbery/

Um mal que vem para bem
Sim, eles estão vivos e podem ter essas cores,
Mas eu, em minha alma, estou vivo também.
Sinto que devo cantar e dançar, para dizer
Isso de certo jeito, sabendo que você pode estar atraído por mim.
E canto em meio ao desespero e o isolamento
A chance de te conhecer, de cantar de mim
O que é você. Você vê,
Você me segura contra a luz de um modo
Que nunca esperei ou suspeitei, talvez
Porque você sempre me diz que eu sou você,
E tenho razão. As grandes píceas rondam.
Sou seu para morrer junto, desejar.
Não posso jamais pensar em mim, eu desejo você
Num quarto em que as cadeiras
Estão com as costas viradas para a luz
Infligida sobre a pedra e os caminhos, as árvores reais
Que parecem brilhar para mim através das gelosias na sua direção.
Se a luz selvagem deste dia de janeiro é real
Eu me comprometo em ser-te verdadeiro,
Você que não consigo mais parar de lembrar.
Lembrar de perdoar. Lembrar de passar além de você, rumo ao dia
Nas asas do segredo que você jamais saberá.
Assumindo-me por mim mesmo, no caminho
Que os contornos pasteis do dia me atribuíram.
Prefiro “vocês” no plural, quero vocês
Vocês devem vir até mim, todos dourados e pálidos
Como o orvalho e o ar.
E então me começa a vir esse sentimento de exaltação.