lunes, 15 de diciembre de 2014

Vicente Araguas: Hoxe con nos na bilbioteca

blog del poeta Manuel López Azorín: Vicente Araguas: Xuvia revisitada



Vicente Araguas: HOXE NA BIBLIOTECA CENTRAL DE FERROL

blog del poeta Manuel López Azorín: Vicente Araguas: Xuvia revisitada

HOXE, UNHA PEQUENA FESTA DA POESÍA, TEMOS CON NOS NA BIBLIOTECA DA PRAZA DE ESPAÑA, AO POETA, TAN NOSO, TAN DA TERRA COSMOPOLITA..Vicente Araguas, un mestre ao alcance das nosas mans de falar sen prisa.

AS SETE DA TARDE, ALÍ ESTAREMOS.

Aquí estas verbas que saco da multitude delas que sobre él falan:



La poesía de Vicente Araguas que ha caminado siempre entre la forma tradicional o clásica y la modernidad se sitúa, ya con el tiempo según él manifiesta, en el lugar que más cómodo se encuentra, en el empleo de los endecasílabos, heptasílabos y alejandrinos blancos especialmente.Es,la suya, una poesía de sencillez aparente, que nos cuenta cosas cotidianas; pero de tal manera que en ocasiones la anécdota se convierte en categoría y nos ofrece profundidad y, según venga el poema, ternura, nostalgia, amor, erotismo y, a veces, eso tan de tanta trascendencia que llamamos "Temática muerte" y que para ello Vicente dice emplear la elegía. Temáticas pues eternas en la poesía de un hombre afable, con un buen manejo del lenguaje y de la ironía, dado por -dice él- la experiencia y la mala leche frente a situaciones en las que ayer hubiese permanecido en silencio y hoy, dados los años, replica y la emplea para defender lo que considera defendible.




MILICIANOS NA PONTE DE XUVIA (1940)
Hai un xesto destes homes na foto



tan fráxil como o tempo



no carril do tranvía.
E non engana o mauser, inservible nas mans



en posición "descansen",



e non engana a dor



presente na moura nostalxia



das dúas mulleriñas,



caminantes no fondo desta postal antiga.
Vicente Araguas
MILICIANOS EN EL PUENTE DE XUVIA (1940)
De estos hombres, un gesto hay en la foto



tan frágil como el tiempo



en el carril del tranvía.
Y no, no engaña el mauser, inservible en las manos



en posición "descansen",



y no engaña el dolor



presente en la nostalgia



malva de dos mujeres



que caminan al fondo de esta postal antigua.
Versión en español de Manuel López Azorín

lunes, 17 de noviembre de 2014

Os dez melhores poemas de Manoel de Barros, para non esquecer o gran poeta brasileiro

Los diez mejores poemas de Manoel de Barros - Opción Diario

Foto: Guilherme Filho/Secom-MT



Leitores e colaboradores apontam os poemas mais significativos do poeta mato-grossense
Carlos Willian Leite
Pedimos aos leitores e colaboradores que a­pon­tassem os poemas mais significativos de Manoel de Barros, um dos mais aclamados poetas contemporâneos brasileiros. Nascido em Cuiabá em 1916, Manoel de Bar­ros estreou em 1937 com o livro “Poemas Concebidos sem Peca­do”. Sua obra mais conhecida é o “Livro sobre Nada”, publicado em 1996. Cronolo­gicamente vinculado à Geração de 45, mas formalmente ao Moder­nismo brasileiro, Manoel de Barros criou um universo próprio — subvertendo a sintaxe e criando construções que não respeitam as normas da língua padrão —, marcado, sobretudo, por neologismos e sinestesias, sendo, inclusive, comparado a Guimarães Rosa.
Em 1986, o poeta Carlos Drum­mond de Andrade declarou que Manoel de Barros era o maior poeta brasileiro vivo. Antonio Houaiss, um dos mais importantes filólogos e críticos brasileiros escreveu: “A poesia de Manoel de Barros é de uma enorme racionalidade. Suas visões, oníricas num primeiro instante, logo se revelam muito reais, sem fugir a um substrato ético muito profundo. Tenho por sua obra a mais alta admiração e amor”. Os poemas publicados nesta seleção fazem parte do livro “Manoel de Barros — Poesia Completa Bandeira”, editora Leya. Por motivo de direitos autorais, apenas trechos dos poemas foram publicados.
O livro sobre nada
É mais fácil fazer da tolice um regalo do que da sensatez.
Tudo que não invento é falso.
Há muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia é verdadeira.
Tem mais presença em mim o que me falta.
Melhor jeito que achei pra me conhecer foi fazendo o contrário.
Sou muito preparado de conflitos.
Não pode haver ausência de boca nas palavras: nenhuma fique desamparada do ser que a revelou.
O meu amanhecer vai ser de noite.
Melhor que nomear é aludir. Verso não precisa dar noção.
O que sustenta a encantação de um verso (além do ritmo) é o ilogismo.
Meu avesso é mais visível do que um poste.
Sábio é o que adivinha.
Para ter mais certezas tenho que me saber de imperfeições.
A inércia é meu ato principal.
Não saio de dentro de mim nem pra pescar.
Sabedoria pode ser que seja estar uma árvore.
Estilo é um modelo anormal de expressão: é estigma.
Peixe não tem honras nem horizontes.
Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada; mas quando não desejo contar nada, faço poesia.
Eu queria ser lido pelas pedras.
As palavras me escondem sem cuidado.
Aonde eu não estou as palavras me acham.
Há histórias tão verdadeiras que às vezes parece que são inventadas.
Uma palavra abriu o roupão pra mim. Ela deseja que eu a seja.
A terapia literária consiste em desarrumar a linguagem a ponto que ela expresse nossos mais fundos desejos.
Quero a palavra que sirva na boca dos passarinhos.
Esta tarefa de cessar é que puxa minhas frases para antes de mim.
Ateu é uma pessoa capaz de provar cientificamente que não é nada. Só se compara aos santos. Os santos querem ser os vermes de Deus.
Melhor para chegar a nada é descobrir a verdade.
O artista é erro da natureza. Beethoven foi um erro perfeito.
Por pudor sou impuro.
O branco me corrompe.
Não gosto de palavra acostumada.
A minha diferença é sempre menos.
Palavra poética tem que chegar ao grau de brinquedo para ser séria.
Não preciso do fim para chegar.
Do lugar onde estou já fui embora.
O apanhador de desperdícios
Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.
Retrato do artista quando coisa
A maior riqueza
do homem
é sua incompletude.
Nesse ponto
sou abastado.
Palavras que me aceitam
como sou
— eu não aceito.
Não aguento ser apenas
um sujeito que abre
portas, que puxa
válvulas, que olha o
relógio, que compra pão
às 6 da tarde, que vai
lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai. Mas eu
preciso ser Outros.
Eu penso
renovar o homem
usando borboletas.
O fazedor de amanhecer
Sou leso em tratagens com máquina.
Tenho desapetite para inventar coisas prestáveis.
Em toda a minha vida só engenhei
3 máquinas
Como sejam:
Uma pequena manivela para pegar no sono.
Um fazedor de amanhecer
para usamentos de poetas
E um platinado de mandioca para o
fordeco de meu irmão.
Cheguei de ganhar um prêmio das indústrias
automobilísticas pelo Platinado de Mandioca.
Fui aclamado de idiota pela maioria
das autoridades na entrega do prêmio.
Pelo que fiquei um tanto soberbo.
E a glória entronizou-se para sempre
em minha existência.
Tratado geral das grandezas do ínfimo
A poesia está guardada nas palavras — é tudo que eu sei.
Meu fado é o de não saber quase tudo.
Sobre o nada eu tenho profundidades.
Não tenho conexões com a realidade.
Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro.
Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas).
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei emocionado.
Sou fraco para elogios.
Prefácio
Assim é que elas foram feitas (todas as coisas) —
sem nome.
Depois é que veio a harpa e a fêmea em pé.
Insetos errados de cor caíam no mar.
A voz se estendeu na direção da boca.
Caranguejos apertavam mangues.
Vendo que havia na terra
Dependimentos demais
E tarefas muitas —
Os homens começaram a roer unhas.
Ficou certo pois não
Que as moscas iriam iluminar
O silêncio das coisas anônimas.
Porém, vendo o Homem
Que as moscas não davam conta de iluminar o
Silêncio das coisas anônimas —
Passaram essa tarefa para os poetas.
Os deslimites da palavra
Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Está rengo de mim o amanhecer.
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha.
Atrás do ocaso fervem os insetos.
Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu
destino.
Essas coisas me mudam para cisco.
A minha independência tem algemas
Aprendimentos
O filósofo Kierkegaard me ensinou que cultura
é o caminho que o homem percorre para se conhecer.
Sócrates fez o seu caminho de cultura e ao fim
falou que só sabia que não sabia de nada.
Não tinha as certezas científicas. Mas que aprendera coisas
di-menor com a natureza. Aprendeu que as folhas
das árvores servem para nos ensinar a cair sem
alardes. Disse que fosse ele caracol vegetado
sobre pedras, ele iria gostar. Iria certamente
aprender o idioma que as rãs falam com as águas
e ia conversar com as rãs.
E gostasse mais de ensinar que a exuberância maior está nos insetos
do que nas paisagens. Seu rosto tinha um lado de
ave. Por isso ele podia conhecer todos os pássaros
do mundo pelo coração de seus cantos. Estudara
nos livros demais. Porém aprendia melhor no ver,
no ouvir, no pegar, no provar e no cheirar.
Chegou por vezes de alcançar o sotaque das origens.
Se admirava de como um grilo sozinho, um só pequeno
grilo, podia desmontar os silêncios de uma noite!
Eu vivi antigamente com Sócrates, Platão, Aristóteles —
esse pessoal.
Eles falavam nas aulas: Quem se aproxima das origens se renova.
Píndaro falava pra mim que usava todos os fósseis linguísticos que achava para renovar sua poesia. Os mestres pregavam que o fascínio poético vem das raízes da fala.
Sócrates falava que as expressões mais eróticas
são donzelas. E que a Beleza se explica melhor
por não haver razão nenhuma nela. O que mais eu sei
sobre Sócrates é que ele viveu uma ascese de mosca.
O menino que carregava água na peneira
Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.
A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento e
sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.
A mãe disse que era o mesmo
que catar espinhos na água.
O mesmo que criar peixes no bolso.
O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces
de uma casa sobre orvalhos.
A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio, do que do cheio.
Falava que vazios são maiores e até infinitos.
Com o tempo aquele menino
que era cismado e esquisito,
porque gostava de carregar água na peneira.
Com o tempo descobriu que
escrever seria o mesmo
que carregar água na peneira.
No escrever o menino viu
que era capaz de ser noviça,
monge ou mendigo ao mesmo tempo.
O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.
Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor.
A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta!
Você vai carregar água na peneira a vida toda.
Você vai encher os vazios
com as suas peraltagens,
e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos!
Uma didática da invenção
I
Para apalpar as intimidades do mundo é preciso saber:
a) Que o esplendor da manhã não se abre com faca
b) O modo como as violetas preparam o dia para morrer
c) Por que é que as borboletas de tarjas vermelhas têm devoção por túmulos
d) Se o homem que toca de tarde sua existência num fagote, tem salvação
e) Que um rio que flui entre 2 jacintos carrega mais ternura que um rio que flui entre 2 lagartos
f) Como pegar na voz de um peixe
g) Qual o lado da noite que umedece primeiro.
etc.
etc.
etc.
Desaprender 8 horas por dia ensina os princípios.
II
Desinventar objetos. O pente, por exemplo.
Dar ao pente funções de não pentear. Até que
ele fique à disposição de ser uma begônia. Ou
uma gravanha.
Usar algumas palavras que ainda não tenham
idioma.
III
Repetir repetir — até ficar diferente.
Repetir é um dom do estilo.
IV
No Tratado das Grandezas do Ínfimo estava
escrito:
Poesia é quando a tarde está competente para dálias.
É quando
Ao lado de um pardal o dia dorme antes.
Quando o homem faz sua primeira lagartixa.
É quando um trevo assume a noite
E um sapo engole as auroras.
V
Formigas carregadeiras entram em casa de bunda.
VI
As coisas que não têm nome são mais pronunciadas
por crianças.
VII
No descomeço era o verbo.
Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá
onde a criança diz: Eu escuto a cor dos
passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não
funciona para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um
verbo, ele delira.
E pois.
Em poesia que é voz de poeta, que é a voz
de fazer nascimentos —
O verbo tem que pegar delírio.
VIII
Um girassol se apropriou de Deus: foi em
Van Gogh.
IX
Para entrar em estado de árvore é preciso
partir de um torpor animal de lagarto às
3 horas da tarde, no mês de agosto.
Em 2 anos a inércia e o mato vão crescer
em nossa boca.
Sofreremos alguma decomposição lírica até
o mato sair na voz .
Hoje eu desenho o cheiro das árvores.
X
Não tem altura o silêncio das pedras.
Foto: Guilherme Filho/Secom-MT
Foto: Guilherme Filho/Secom-MT

martes, 21 de octubre de 2014

O DÍA DEZ DE NOVEMBRO, MALCOLM LOWRY y JOUMANA HADDAD

O día dez de novembro (Na Biblioteca central, de Ferrol, como sempre, as sete e media), co DÍA DE TODOS OS MORTOS recen celebrado, e o outono surtindonos de brasas pra os frios que xa fociñan nas veiras, lembraremos a MALCOLM LOWRY, un dos creadores mais sinxelos, mais queridos.
Leremos poemas, sempre tan pouco conocidos, poemas que nos levaran ao viaxe alucinado que como Firmin, O CÓNSUL, tendra o alcohol como o elemento-medio que cose a morte e o amor, as perdas e as derrotas, ao dorso da luz que nos cega.
Sera o amor, e a morte, ás coordenadas nas que se moveran, tamen os poemas, as emocions que nun naufraxio encantado, nos trasportaran sempre ata o final da longa noite.

E como colofon sera JOUMANA HADDAD, a que nos rescatara cara a superficie do día, onde loita e vida misturanse cos soños, e sempre a liberdade ata na morte.



UN POEMA DE MALCOLM LOWRY


NOCIONES DE LIBERTAD
Nociones de libertad se enlazan con el trago.
Nuestra vida ideal contiene una cantina
Donde el hombre puede sentarse y platicar o pensar nada más,
Sin miedo alguno al dragón caballeresco,
O incluso otra cantina donde suele aparecer.
No hay letreros de ‘Hoy no se fía, mañana sí’,
Y, haciendo a un lado las cervezas ilimitadas,
Nos sentamos borrachos sin ataduras y locos por editar
Panfletos de una tierra de veras mejor donde el hombre
Pueda beber un exquisito, ah, un no destilado vino,
Que sutil intoxica sin dolor alguno,
Tejiendo la visión de un refugio incomparable
Donde podamos beber por siempre sin deber,
Con las puertas abiertas, y el viento soplando.

CONSUELO
No eres el primer hombre con convulsiones,
Los vahídos, los horrores; que usa chancletas
Escarlata, ni siquiera la invencible callejera
Perseguida por ojos como redes. Inclinándose, duele
La cara de hierro con ojos ágatas, y despierta
El ángel guardián, ve el pasado,
Un Partenón de posibilidades…
No eres el primer hombre sorprendido en mentira,
Ni al que se le dice “te estás muriendo”.


DOS POEMAS DE JOUMANA HADDAD

Soy una mujer

Nadie puede adivinar
lo que digo cuando estoy en silencio,
a quién veo cuando cierro los ojos,
cómo me entusiasmo cuando me entusiasmo,
lo que busco cuando extiendo mis manos.
Nadie, nadie sabe
cuando tengo hambre, cuando inicio un viaje,
cuando camino, y cuando estoy perdida.
Y nadie sabe
que mi viaje es un retorno
y mi regreso es una abstención,
que mi debilidad es una máscara,
y que lo que viene es una tempestad.

Ellos creen que saben
y eso les hago creer,
y resulta que yo soy.

Me metieron en una jaula para que
mi libertad fuera un regalo de ellos,
y tengo que darles las gracias y obedecer.
Pero soy libre antes que ellos, después de ellos,
con ellos, sin ellos.
Soy libre en mi represión, en mi derrota.
¡Mi prisión es lo que deseo!
La llave de la prisión puede ser su lengua,
pero su lengua está enrollada en el deseo de mis dedos,
y a mi deseo nada puedo ordenarle
yo soy una mujer,
ellos se creen dueños de mi libertad.
Eso les hago creer,
y resulta que soy yo.


Tengo un cuerpo.

Tengo un cuerpo esperando en el fondo del océano.
Tengo un cuerpo que es como un volcán,
cuyo cráter lame el agua
para que no arroje placer antes que el amor llegue.
Tengo un cuerpo que no conozco.
Puede ser un grano de arena
o un pez rojo
o una perla en una concha.
Pero voy a descubrir su sabor
con dos labios ardientes
y una lengua que entrará
y con la lava hará un sonido
como entrar en el paraíso.

En el fondo del océano,
dentro de las burbujas del deseo,
tengo un cuerpo para ti,
y tengo una mañana y una eternidad:
una mañana en la que llegarás a mí
y una eternidad en la que se abrirá la caparazón
poco a poco,

con toda la lentitud que deseo

y para la que estás capacitado.

viernes, 19 de septiembre de 2014

GARY SNYDER, na Biblioteca de Ferrol

O DÍA 13 DE OUTUBRO, LUNS, na BIBLIOTECA CENTRAL, Praza de España, a partir das sete e media da tarde, leremos poemas de GARY SNYDER, un dos mais influyentes poetas da XERACIÓN BEAT, e non o suficientemente coñecido.

EL DÍA 13 DE OCTUBRE, LUNES, en la BIBLIOTECA CENTRAL, Plaza de España, a partir de las siete y media de la tarde, leeremos  poemas de GARY SNYDER, uno de los mas influyentes poetas de la GENERACIÓN BEAT, y no lo suficientemente conocido.




El llamado de lo indomable


                      *

El pesado viejo en su cama por la noche
Oye cantar al Coyote
       en el monte lejano.
Todos los años de ranchero y minero y leñador.
Un católico.
Un nativo californiano.
    y los Coyotes aúllan en su
Octogésimo año.
Mañana,
Llamará trampero
Al gobierno que usa el hierro contra los Coyotes.
Mis hijos van a perder esta
Música que ya comenzaban
A querer.

                      *

Los exácidos de las ciudades
Convertidos al Gura o Swami,
Hacen penitencia con lustrosos
Pesados ojos, y dejan de comer carne.
En los bosques de Norteamérica,
La tierra del Coyote y el Águila,
Sueñan con la India, de
    dichosas y eternas alturas asexuadas.
Y duermen en cúpulas geodésicas
Calentadas con petróleo,
Adheridas como verrugas
En los bosques.
Y ahuyentan el canto del Coyote
    pues temen
    el llamado
    de lo indomable.

Y vendieron sus cedros vírgenes,
    los árboles más altos en millas,
A un leñador
que les dijo,

“Los árboles están llenos de bichos”.

                      *

El gobierno decidió finalmente
Emprender la guerra     a más no poder. La derrota
    es antiamericana.
Y la emprendieron por aire,
Con ellos sus mujeres
    peinadas de crepé
    ponían esmalte de uñas en los
    disparadores.
Y nunca cayeron
    ya que se les hizo
    que el piso
era procomunista. Y sucio.
Y los insectos pactaban con el Viet-Cong.

Así que bombardearon y bombardearon
Día tras día, sobre el planeta
    cegando gorriones
    rompiéndole los tímpanos al búho
    astillando troncos de cerezos
    enrollando y atascando
    los intestinos del venado
    en las rocas abatidas y polvosas.

Todos estos americanos en ciudades especiales allá
    en el cielo
Arrojando venenos y explosivos
Por Asia primero
Y después por Norteamérica,

Una guerra contra la tierra.
Cuando concluya no habrá
    lugar

Donde un Coyote pueda esconderse.

                                       envío

                                  Me gustaría decir
                                  Que Coyote está para siempre
                                  en ti.

                                  Pero no es cierto.


(Turtle Island, 1974)


martes, 10 de junio de 2014

LENDO POEMAS ATA OUTUBRO DESTE ANO, UNHA APERTA, E SAÚDE

2 DE XUÑO, 2014, O SEPTIMO ANO DE LECTURAS ININTERRUMPIDAS 
DESPEDÍMOSNOS/DESPEDÍMONOS ATA OUTUBRO QUE DE NOVO VOLVEREMOS COAS LECTURAS DE POEMAS, COS POETAS DO MUNDO, DESDE FERROL A KABUL, DESDE PARIS Ao CAIRO, DESDE RIANXO A TRIESTE...
GRAZAS A TODAS E A TODOS POR ESTA CITA COS VERSOS E As nosas VOCES. GRAZAS


martes, 27 de mayo de 2014

ISTE LUNS, 2 DE XUÑO, COMANDO CJ Y FERNANDO NAVEIRAS

TELEFONÍA CELESTE 

Iste Luns, 2 de xuño, as sete e media temos unha nova, e última cita ata despoies do vrao no CLUB DE POESÍA, na Biblioteca Central de Ferrol.

Daremos lectura a poemas dos poetas que en este ano hemos frecuentado. 
Fernando Naveiras pondralle música a poemas señalados
e o COMANDO CJ fara unha posta en escena PICTORICO POETICA.

TRATASE DUNHA PERFORMACE PICTÓRICO-POETICA na que mezclanse relato curto en prosa poética e verso.
COMANDO CJ
Se trata de una performance pictórico-poética en la que se entremezcla relato corto en prosa poética y verso.
COMANDO CJ






lunes, 12 de mayo de 2014

Semana das Letras: Díaz Castro e moito máis

Semana das Letras: Díaz Castro e moito máis - Praza Pública

Xosé María Díaz Castro

Co 17 de maio e a fin de semana como epicentro, esta é unha semana de intensa actividade cultural e reivindicativa en Galicia ao redor da lingua e da cultura galega. Entre hoxe e o domingo non haberá un día no que non se celebre algún acto ligado a esta data, e practicamente todas as cidades e vilas do país organizan os seus.
Semana das Letras é tamén a semana grande da Real Academia Galega, que organiza os actos principais das celebracións ao redor da figura de Xosé María Díaz Castro. O mércores 14 de maio a sede das rúa Tabernasacollerá a presentación de Xosé María Díaz Castro. Nimbos de luznun acto no que tomarán a palabra o presidente da Academia, Xesús Alonso Montero; o conselleiro de Cultura, Educación e Ordenación Universitaria, Xesús Vázquez Abad; o director xeral de Galaxia, Víctor Freixanes; o director dodocumental O instante eterno, Xosé Antón Cascudo e os coordinadores da obra: Alfonso Blanco Torrado, Luís G. Tosar e Armando Requeixo. O acto central do Día das Letras 2014 terá lugar na Casa Habanera de Guitiriz, onde a partir das 12.45 do sábado 17 se celebrará a sesión plenaria extraordinaria e aberta da Academia. No acto tomarán a palabra, ademais do presidente da RAG, Xesús Alonso Montero, os membros numerarios Xosé Luís Regueira Fernández, Darío Xohán Cabana Yanes e Xosé Luís Franco Grande.
Guitiriz acollerá o acto institucional do Día das Letras
Guitiriz acollerá o acto institucional do Día das Letras
Pero máis aló dos actos organizados pola Academia e a Consellaría, nestes días están programadas actividades públicas en todo o país, promovidas por outras entidades sociais, Concellos e tamén editoriais. Este mesmo luns, por exemplo o Club Faro de Vigo, na cidade olívica, acolle
 a charla-coloquio Xosé María Díaz Castro: a beleza que fere, na que participarán Luís González Tosar, Manuel Bragado, Xosé Luís Méndez Ferrín e Armando Requeixo.Pola súa banda, a Consellería de Cultura celebra no Gaiás o Día das Letras cun recital poético-musical organizado polo Centro PEN Galicia. Así, a Biblioteca de Galicia acolle o 16 de maio ás 19 horas o acto Díaz Castro, perdido no traxecto e salvado por un anxo, que inclúe un recital poético a cargo de Alba Cid, Luís González Tosar e Salvador García Bodaño. Marta Quintana e Cuchús Pimentel porán a nota musical, convertendo os poemas de Nimbos en cancións.

En Compostela
 A Gentalha do Pichel organiza actividades o sábado 17 en diferentes puntos da cidade. Comezarán ás dez da mañá co acto simpólico de gardar O futuro da língua nunha cápsula de tempo, e que se celebrará na escola de ensino galego Semente. Haberá tamén unha Bicicletada pola língua, un xantar popular, unha mostra de música e danza tradicional do alumnado da Semente, Gentalha e Itaca e un Concerto pola língua.Na Coruña a Asociación O Facho concentra as súas actividades este martes 13, comezando ás 12:30 cunha ofrenda floral nos xardíns de Méndez Núñez, diante do monumento a Curros Enríquez, na que ademais o presidente de O Facho, Xosé Luís Rodríguez Pardo, falará sobre Xosé María Díaz Castro. Xa pola tardiña, ás 20 horas, no local de Portas Ártabras (rúa Sinagoga, 22), Xulio López Valcárcel falará sobre tamén o poeta dos Vilares. Tamén na Coruña, a Livraria Suévia organiza dúas actividades o mesmo 17 de maio, que se realizarán ao longo de todo o día no espazo Test Pop Up (rúa Barcelona, 54), con entrada libre. Haberá contacontos e as presentacións dos libros Contra a morte das linguas. O caso galego (Xerais) e A Porta de Annwn. As Crónicas de Bran Vol.2 (Contos Extraños). De igual xeito, o CGAI acollerá ao longo de toda esta semana, entre o martes e o venres, a proxección dos gañadores e finalistas nesta edición dos Mestre Mateo. Ademais, o mesmo sábado 17 proxectaranse alí as curtametraxes elaboradas a partir dos poemas de Nimbos e que forman parte do Proxecto Nimbos, promovido por Acto de Primavera.

En Lugo, ademais, celébrase esta semana a feira do libro, que se inaugurará este martes e chegará até o domingo
En Ourense a Deputación 
organiza a Semana Escolar das Letras Galegas, que se desenvolverá en 49 centros da provincia, 20 deles da capital ourensá. Haberá actividades como lectura de autores, traballos de redacción, realización dun “mapa de autores” e a creación dun rap referido os 10 autores ourensáns os que se lle dedicou o Día das Letras Galegas en pasadas edicións.Tamén en Ourense o venres pola noite, na véspera das Letras, celebrarase a segunda edición do evento Cantos de Taberna - Hai que cantar!que dende as 20 horas até a medianoite buscará "reivindicar os cantos de taberna, que por moi diversos motivos foron desaparecendo dos bares e tabernas do país".
Pola súa banda, a Deputación de Lugo celebra o Día das Letras Galegas cunha exposición multidisciplinar de homenaxe a Díaz Castro na Capela de Santa María, titulada Unha insua para Díaz Castro. En Lugo, ademais, celébrase ao longo desta semana a feira do libro, que se inaugurará este martes e chegará até o domingo. Na inauguración o escritor e académico Dario Xohan Cabana poralle voz a Xosé María Díaz Castro, e o sábado 17 o Concello organiza unha ruta xeoliteraria con saída dende a Praza do Campo ás 11 horas e que percorrerá as rúas da cidade. 
Haberá tamén actividades en moitas vilas e concellos pequenos, entre os que podemos destacar entre moitos outros NarónO Burgo (cunha verbena protagonizada por Caxade e Malvela), O Grove ou San Sadurniño. As Letras Galegas tamén se celebran fóra de Galicia, grazas á actividade dos centros galegos ou das comunidades galegas no exterior: Madrid, Lisboa, Frankfurt, Vitoria-Gasteiz, Santander, Castellón, Ponferrada, Montevideo, Montreal, Londres, Xenebra ou Caracas organizan estes días eventos relacionados coa lingua e a cultura galega e con Díaz Castro.

DIAZ CASTRO, UN POETA DO TAMAÑO DO CORAZÓN

Nimbos é un libro breve, que consta de 32 poemas, agrupados en sete epígrafes ("Pórtico",
"Noite", "Lus", "Espranza", "Milagre", "Sono", "Ferida") que, con todo, amosan unha grande
coherencia e homoxeneidade, como propia dun autor maduro e de elaboración poética moi
demorada. A súa lingua é coidada, se ben incorpora moitos dialectalismos chairegos, que o
propio autor aclara nun glosario final tanto en Nimbos como noutras entregas poéticas. A
recepción que a crítica coetánea fixo do libro foi entusiasta, como mostran as recensións de R.
Otero Pedrayo, Carballo Calero, A. Cunqueiro, R. Lugrís, X. M. Álvarez Blázquez ou X. L. Franco
Grande. Este aprecio foi constante en toda a historia da literatura galega contemporánea de
modo que podería dicirse, con X. L. Méndez Ferrín, que Nimbos representa "un dos cumes da
poesía galega posterior á guerra civil". Dentro desta obra, cómpre salientar o poema
"Penélope", pola súa condensada e radical descrición de Galicia como unha tea que se está a
facer e desfacer de modo constante.
A obra poética de Díaz Castro en lingua galega posterior a Nimbos é fragmentaria e
parcialmente ficou inédita. Só nos anos oitenta, co seu retorno físico a Galicia, comezou a
publicar en revistas poéticas como Dorna, onde aparecerían varios poemas seus, vellos e
novos, que manterían o autor como un mestre poético para as novas xeracións agrupadas ao
redor desta publicación, que dirixía Luís González Tosar. Se a Díaz Castro, como di un dos seus
poemas con ecos de Aquilino, "a beleza feriume para sempre", tamén o seu legado poético
deixou unha marca indeleble na poesía galega da segunda metade do século pasado.